Curso Online de Vigilância Epidemiológica de Animais
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Vigilância Epidemiológica de Animais
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O curso de Vigilância epidemiológica de animais tem a intenção de promover o aprimoramento dos profissionais e estudiosos da área no que tange seus principais conteúdos, tais como: legislação aplicada, medidas sanitárias na zona afetada, Programa Nacional de erradicação e controle da febre aftosa PNEFA, noções de epidemiologia, notificação, técnicas e procedimentos.
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ROGRAMA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO E CONTROLE DA FEBRE AFTOSA - PNEFA
A Febre Aftosa é uma doença de notificação obrigatória conforme o Código Sanitário para Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e a Instrução Normativa nº 50/2013 do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que é causada por um vírus altamente contagioso, com impacto econômico significativo, acometendo principalmente os animais de produção como bovinos, suínos, caprinos, ovinos e outros animais, em especial os de cascos bipartidos (cascos fendidos). A doença é raramente fatal em animais adultos, mas pode causar mortalidade entre os animais jovens.
O vírus da febre aftosa pertence à família Picornaviridae, gênero Aphtovirus. Atualmente, existem seis sorotipos diferentes que são endêmicos em algumas partes do mundo: A, O, SAT1, SAT2, SAT3 e Asia1. No Brasil, somente foram detectados os sorotipos O, A e C. O vírus C não é detectado no mundo desde 2004. -
Segundo a OMSA, a gravidade da enfermidade está relacionada à facilidade com que o vírus pode se disseminar. As espécies susceptíveis são aquelas da subordem Ruminantia e da família Suidae, da ordem Artiodactyla. Animais domésticos: bovinos, bubalinos, suínos, ovinos e caprinos. Animais silvestres: javalis, capivaras, cervídeos, bisão, búfalo africano, elefantes, girafas, lhamas, alpacas, camelos bactrianos.
O vírus é encontrado em todas as secreções e excreções do animal infectado e pode ser transmitido pelas vias direta (contato entre animais, aerossóis e suas secreções e excreções, sangue e sêmen) ou indireta (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal), entrando no organismo por inalação, ingestão ou abrasão de pele ou mucosas. -
Os bovinos são os hospedeiros mais susceptíveis pela infeção via respiratória, sendo importantes na manutenção do ciclo epidemiológico da doença na América do Sul. Os suínos são mais susceptíveis ao vírus pela via digestiva, especialmente pela ingestão de produtos de origem animal contaminados (carne, leite, ossos, queijo e outros). Os bovinos geralmente são os primeiros a manifestarem os sinais clínicos, e os suínos são considerados hospedeiros amplificadores por eliminarem grandes quantidades de vírus quando infectados.
O vírus pode sobreviver por 24 a 48 horas no trato respiratório humano, podendo ser disseminado se não forem tomadas medidas preventivas. É sensível ao pH, sendo inativado em faixas inferiores a 6 ou superiores a 9. Temperaturas acima de 60°C também inativam o vírus. O período de incubação é de 2 a 14 dias. -
Contato direto entre animais (em período de incubação e clinicamente acometidos), aerossóis e suas secreções e excreções, sangue e sêmen;
Água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal;
Ar expirado, saliva, fezes e urina, leite e sêmen (até 4 dias antes dos sintomas clínicos);
Carne e produtos derivados em que o pH manteve-se acima de 6,0;
Pelo vento, mas somente em condições especiais (temperatura, umidade, pressão). -
A gravidade dos sinais clínicos depende da cepa envolvida, do grau de exposição, idade e imunidade dos animais infectados. A morbidade pode chegar a 100% da população suscetível, porém a mortalidade costuma ser muito baixa, especialmente em animais adultos. Os sinais clínicos clássicos são vesículas no focinho, língua, boca, cavidade oral, cascos e tetos. Outros sinais frequentes são: febre, depressão, perda de apetite, perda de peso, queda na produção.
Em bovinos os principais sinais são: vesículas ou suas formas de evolução (íntegras ou rompidas, bolhas, úlceras, cicatrizes) nas mucosas oral (gengivas, pulvino dental, palato, língua) e nasal, focinho, banda coronária, espaço interdigital e glândula mamária. Febre alta, anorexia, enfraquecimento, sialorreia, descarga nasal, claudicação e prostração. Diminuição na produção de leite, malformações de casco, claudicação crônica, mastite, perda de peso. Em animais jovens pode causar mortalidade devido à miocardite. A maioria dos adultos se recupera em 2 a 3 semanas, porém as infecções secundárias podem retardar a recuperação. -
Em ovinos e caprinos a doença cursa com sinais leves.
Os suínos geralmente desenvolvem lesões podais severas, levando a descolamento de cascos e dificuldade de locomoção. Lesões de boca são menores e menos aparentes, raramente há salivação. Pode haver e vesículas em focinho e úbere. Em geral, a temperatura é próxima do normal. Leitões jovens podem morrer devido a falha cardíaca.
Por se tratar de uma doença de doença de notificação obrigatória pela OMSA, qualquer sinal clínico de doença vesicular deve ser imediatamente notificado ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) de seu estado. -
Língua de bovino com lesão de dez dias caracterizada por perda das papilas, reentrâncias no local da lesão e proliferação de tecido fibrinoso.
Fonte: Coletânea de imagens. Lesões de Febre Aftosa e de outras doenças incluídas no sistema nacional de vigilância de doenças vesiculares. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
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Capítulos
- Vigilância Epidemiológica de Animais
- ROGRAMA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO E CONTROLE DA FEBRE AFTOSA - PNEFA
- EPIDEMOLOGIA MOLECULAR
- MONITORAMENTO E CONTROLE DE ZOONOSES
- INVESTIGAÇÃO DE SURTOS
- AGENTES EPIDEMOLOGICOS E HOSPEDEIROS
- MÉTODOS DE VIGILÂNCIA EPIDEMOLOGICA
- DEFINIÇÕES GERAIS DE IMPORTÂNCIA EM DEFESA SANITÁRIA
- PROGRAMA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DA FEBRE AFTOSA
- SAÚDE E PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO ANIMAL
- MEDIDAS SANITÁRIAS NA ZONA AFETADA
- NOÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA
- EDUCAÇÃO SANITÁRIA
- PAPEL DO PRODUTOR