Curso Online de INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PÉ EQUINO IDIOPÁTICO

PEDIATRIA

Mostrar a definição do que seja definido como pé equino idiopático;

Reconhecer as características de uma criança que anda na ponta dos pés.

Pé Equino é definido como limitação da dorsiflexão (DF) do tornozelo além da posição neutra e pode ser decorrente de encurtamento muscular, denominado equino fixo, ou deformidade dinâmica, causada pelo reflexo de estiramento exagerado nos músculos da panturrilha, ou pela combinação desses dois fatores.
O resultado em ambos os casos, é uma marcha característica na ponta dos pés, denominada marcha equina ou marcha em pontas, que é desejada e pouco eficiente.

Pé equino idiopático (PEI) é uma expressão usada para descrever a condição em que crianças deambulam preferencialmente na ponta dos pés ou com os antepés com ausência de choque de calcanhar no início da fase de apoio, em um padrão bilateral, sem qualquer motivo ou patologia conhecida.

Os indivíduos adquirem a marcha em idade normal e são capazes de se manter de pé com os pés plantígrados, mas quando pedidos a andar ou correr realizam marcha em pontas de pé.

O PEI é geralmente caracterizado como um hábito ou posição preferencial da criança que resulta na marcha equina idiopática, tida como marcha em pontas de pé, persistente após 2 anos de idade e presente em crianças com desenvolvimento neuropsicomotor adequado, capazes de assumir voluntariamente a postura e a marcha plantígrada.

No desenvolvimento neuropsicomotor típico o choque do calcanhar na fase de contato inicial ocorre em torno de 18 meses após a aquisição da marcha independente, fazendo com que a marcha na ponta dos pé possa ser caracterizada como uma apresentação não patológica em crianças típicas, com menos de 2 anos de idade.

Deve ser investigada, a persistência da marcha na ponta dos pés, nos 6 meses após o início da aquisição da marcha independente.

Postura e marcha atípica caracterizada por pisar com as pontas dos pés no chão evitando tocar o mediopé e retropé no chão.

Caracterizada por pé equino com marcha atípica sem choque de calcanhar.

As crianças com PEI geralmente não apresentam atraso na idade esperada para aquisição da marcha e são encaminhadas para avaliação médica quando os pais percebem a persistência do equinismo e vem a preocupação com a estética, o que também apresenta déficit de equilíbrio e quedas.

Não são conhecidas as razões que respondem a presença do padrão de marcha em ponta de pés.
Entretanto várias teorias tem sido evidenciadas para explicar a causa da marcha em pontas idiopáticas:
uma delas sugere que a marcha em pontas é uma variação normal do padrão de marcha, como um hábito;
outra teoria defende que as crianças andam na ponta dos pés secundariamente a um encurtamento congênito do tendão de Aquiles proveniente de posicionamento dentro do útero.
uma terceira teoria seria a predisposição genética;
Além disso, a PEI pode não ser considerado um problema isolado, mas uma desordem mais complexa associada a alterações na aprendizagem, atrasos de linguagem e do desenvolvimento motor grosso e fino e alterações sensoriais.

Existem relatos de melhora espontânea em indivíduos com PEI por volta dos 3 aos 7 anos de idade;
Nas crianças com alterações cognitivas ou neurológicas, a prevalência é mais elevada (41%);
Pode afetar 30% a 40% das crianças autistas;
Em crianças com síndrome de asperger 1 a cada 10 podem pisar com as pontas dos pés;
Histórico familiar positivo associado á marcha equina, herança autossômica dominante;
Prevalência maior em meninos.

Os indivíduos com PEI são classificados por sua gravidade de acometimento:

Tipo 1 (leve);
Tipo 2 (moderada);
Tipo 3 (grave).