Curso Online de Saúde Coletiva

Saúde Coletiva

A Saúde Coletiva brasileira é um campo do conhecimento e âmbito de práticas constituído desde a década de 1970, pela articulação entre a Saúde Pública, a Medicina Preventiva e Social e as Ciências Sociais e Humanas. Trata-se de um campo interdisciplinar e heterogêneo, composto por diferentes áreas temáticas, historicamente articulado com o processo da Reforma Sanitária Brasileira e da constituição do SUS.

A Saúde Pública surgiu a partir da necessidade de criação e aplicação de ações direcionadas ao controle e à prevenção de doenças que aniquilavam populações urbanas no período da Revolução Industrial. Enquanto cidades expandiram desordenadamente, comunidades eram acometidas por doenças infectocontagiosas, juntamente com a ausência de saneamento básico. Com esse cenário, a condução de práticas com vistas à prevenção de moléstias teve relevância para gestores públicos e industriais pois incidiam diretamente nos índices de produção e desenvolvimento econômico da população.

Saúde Pública é a ciência e a arte de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física e mental mediante esforço organizado da comunidade, abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização dos serviços médicos e de enfermagem para diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde.

A Saúde Coletiva foi um campo da saúde que surgiu, no Brasil, a partir de uma Saúde Pública em crise.

A saúde coletiva é um campo multidisciplinar que busca compreender e intervir nos problemas de saúde e suas determinações sociais, econômicas, comportamentais e ambientais.

A saúde coletiva é um campo que vai além do enfoque biomédico, incorporando dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais para a compreensão e o enfrentamento dos determinantes sociais da saúde.

A abordagem da saúde coletiva enfatiza ações coordenadas de promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, orientadas por uma perspectiva multidisciplinar e voltadas para populações e comunidades, em contraste com o foco individual.

A saúde coletiva tem o propósito de tratar as necessidades sociais de maneira multidisciplinar, respeitando as suas diversidades. Essa área não se preocupa apenas em tratar as doenças, promovendo a recuperação dos indivíduos, mas também em construir estratégias de promoção e de proteção à vida, a partir de políticas públicas e de campanhas de conscientização. Assim, por meio de investigações das variáveis sociais, a saúde coletiva realiza a construção de planejamentos que envolvam questões epidemiológicas, demográficas, socioeconômicas, sociopolíticas, socioculturais e ambientais para organizar a sua assistência.

As condições de saúde de uma sociedade utilizam estes indicadores para medir a saúde coletiva, quais sejam: mortalidade, letalidade, incidência, prevalência e virulência. Os indicadores são medidas de saúde coletiva que descrevem o panorama epidemiológico da coletividade.

A emergência de doenças crônicas não transmissíveis como principais causadoras de morbidade e mortalidade é um exemplo de como as necessidades de saúde da população estão mudando e como as políticas devem evoluir para enfrentar esses novos desafios. O desenvolvimento de políticas que promovam estilos de vida saudáveis, ofereçam bons ambientes para a saúde e facilitem o acesso a cuidados preventivos e curativos é fundamental para a sustentabilidade dos sistemas de saúde e o bem-estar das populações.