Curso Online de Apostila de Português MEMOREX: Concurso Prefeitura Municipal de Montes Claros - MG

Curso Online de Apostila de Português MEMOREX: Concurso Prefeitura Municipal de Montes Claros - MG

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Possui graduação em Fonoaudiologia - Faculdades Unidas do Norte de Minas (2008), com especialização em Gestão em Saúde da Clínica na Atenção Primária à Saúde (ESPMG - 2010). Aperfeiçoada em Audiologia Clínica (2011) e Pós-graduada em Audiologia pela FONOHOSP/INCISA (2014), possui titulação reconhecida pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, em Audiologia (N 7104/18) e Saúde Coletiva (N 7105/18). Formação complementar em Auriculoterapia pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina parceria UNASUS. Atualmente é Fonoaudióloga junto ao Programa Melhor em Casa - PMC no Serviço de Atenção Domiciliar - SAD do município de Montes Claros-MG (Desde 2017). Coordenação do curso de graduação em Fonoaudiologia do Centro Universitário FUNORTE de Julho de 2021 à Dezembro de 2022. Desde 2013 e atualmente, docente junto ao Curso de Graduação em Fonoaudiologia do ICS - Instituto de Ciências da Saúde vinculado à FASI - Faculdade de Saúde Ibituruna/FUNORTE - Faculdades Unidas do Norte de Minas. Membro-fundadora da LAFA - Liga Acadêmica de Alfabetização em Fonoaudiologia FUNORTE. Mestranda junto ao Programa de Pós Graduação em Cuidado Primário em Saúde - PPGCPS Unimontes - MG (Nota máxima CAPES)



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Frente do certificado Frente
Verso do certificado Verso
  • Concurso 002/2024 Administração

    PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS MG CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS EFETIVOS
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    PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DE PARTE OU CONTEÚDO COMPLETO, BEM COMO CÓPIAS NÃO AUTORIZADAS/© Maria Margarida de Souza Melo/Lílian de Souza Melo, 2024.
    APOSTILA DE PORTUGUÊS
    Organizadora:
    Maria Margarida de Souza Melo

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    SUMÁRIO
    Item do Edital
    Página
    34
    102
    Leitura e interpretação de texto(s) dos tipos: descritivo, narrativo, dissertativo e de diferentes gêneros, por exemplo, poemas, texto jornalísticos, propagandas,
    charges, cartuns, tirinhas, gráficos, entre outros...................................................... 04
    Significação das palavras: sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos, polissemia, sentido próprio (denotação) e sentido figurado (conotação)................
    Fonologia: letra, fonema, encontros vocálicos e consonantais, dígrafos, divisão silábica, acentuação tônica e gráfica (atualizada, conforme as regras do novo
    Acordo Ortográfico), sinais gráficos................................................................................................ 43
    Ortografia (atualizada, conforme as regras do novo Acordo Ortográfico............... 62
    Estrutura e formação de palavras............................................................................ 78
    Emprego dos sinais de pontuação............................................................................ 88
    Classes de palavras variáveis e invariáveis (identificação, flexão, função sintática, semântica e discursiva).............................................................................
    Conjugação verbal: verbos regulares, irregulares e auxiliares (ser, ter, haver, estar) conjugação em todos os modos e tempos simples e compostos e formas
    nominais do verbo; 9. Sintaxe de concordância verbal e nominal........................... 121
    Sintaxe de regência verbal e nominal....................................................................... 153
    Sintaxe de colocação pronominal............................................................................. 182
    Usos do sinal indicativo de crase: regra geral e casos especiais.............................. 192
    Figuras de linguagem............................................................................................... 207
    Funções da linguagem.............................................................................................. 217
    Registro formal e registro informal.......................................................................... 231
    Marcas de coloquialidade......................................................................................... 242
    Variações linguísticas.................................................................................................. 251
    Bônus Redação.......................................................................................................... 263

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    EDITAL - ANEXO IV - PROGRAMA DAS PROVAS DE MÚLTIPLA ESCOLHA

    LÍNGUA PORTUGUESA

    ITEM DO EDITAL
    1. Leitura e interpretação de texto(s) dos tipos: descritivo, narrativo, dissertativo e de diferentes gêneros, por exemplo, poemas, texto jornalísticos, propagandas, charges, cartuns, tirinhas, gráficos, entre outros

    CONTEÚDO

    LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (NARRATIVO, DESCRITIVO, DISSERTATIVO)

    TEXTOS NARRATIVOS

    Os textos narrativos são aqueles que se caracterizam estruturalmente pela narração de acontecimentos reais ou ficcionais. Nos textos desse tipo, são narrados acontecimentos, histórias ou situações, fictícias ou verídicas, em ordem cronológica ou não. Nesses textos, são apresentadas personagens que se relacionam com os fatos, narrados em tempos e em espaços específicos.
    Entre os textos narrativos, encontramos diferentes gêneros que priorizam um ou outro elemento narrativo em sua construção. Mesmo que não seja uma fórmula textual rígida, os diferentes textos narrativos geralmente apresentam-se de acordo com a seguinte estruturação: introdução, desenvolvimento e desfecho.
    Nos mais diversos textos narrativos, é comum a presença de um narrador, mas existem romances, por exemplo, em que há mais de um. É pela perspectiva do narrador que a narrativa se desenrola, que os personagens e os acontecimentos são percebidos. Além do mais, o narrador pode ser expresso na primeira pessoa do discurso ou na terceira.
    Quando ele aparece em primeira pessoa, é quem vivencia os acontecimentos no texto. Diferentemente, o narrador em terceira pessoa apenas relata o que acontece na narrativa, sem qualquer participação nos acontecimentos.
    Os personagens podem ser principais (protagonista e antagonista) ou secundários (coadjuvantes). Já o tempo narrativo marca o momento em que a trama está sendo desenvolvida, podendo ser cronológico ou psicológico. Quanto ao espaço, ele pode não só ser, a depender da narrativa, físico, como também social ou psicológico. Exemplos de textos narrativos: romance; apólogo; novela; notícia; conto; biografia; mito; fábula...

    Os elementos da narração
    No texto narrativo, não se deve deixar de lado a análise do aspecto temporal: os acontecimentos se sucedem na linha cronológica, existindo, portanto, uma relação de anterioridade e posterioridade, que acabam por compor uma história que nos é contada por um narrador. Tem-se assim a composição de três elementos:

    AÇÕES X PERSONAGENS X NARRADOR.

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    As ações são relatadas numa narrativa obedecendo à seguinte ordenação:

    Introdução
    Apresenta a ideia-núcleo ou ideia principal, podendo surgir ideias secundárias. Representa um estado de harmonia inicial, de equilíbrio.
    Ex.1: Texto 1
    “O índio da Transamazônica todo dia passava pelas obras, com um menino nas mãos e um livro debaixo do braço.”

    Desenvolvimento
    O fato narrativo propriamente dito (uma série de ações que levam os personagens a sofrerem diversas transformações). No desenvolvimento, observamos o enredo da história, a ocorrência da desarmonia. No desenrolar de uma narrativa, o(s) personagem(ns), em busca de soluções para a carência apresentada na introdução, passa(m) por uma série de transformações, que culminarão em um resultado final. Há nesse momento do texto, portanto, um conflito, um ponto extremo de tensão, que só será solucionado no desfecho da narração.

    Exemplo: continuação Texto 1
    “Um dia, o engenheiro perguntou a ele:
    Onde vai com estes livros?
    Pra escola!
    O engenheiro ficou maravilhado!
    Que coisa edificante ver um índio brasileiro levar uma criança para a escola.
    Não é criança, não. Quem vai à escola é índio mesmo!”

    Importante ressaltar que, no gênero narrativo, ao relatar as ações através de uma evolução cronológica, faz-se necessário o uso de verbos de ação que encadeiam os fatos (“A mulher foi passear na capital. Após um tempo, o marido dela recebeu um telegrama.”) e de conectivos temporais, que organizam os fatos da narrativa, situando-os uns em relação aos outros. (“O crime ocorreu no domingo. Dias depois, os jornais já noticiavam.”)

    Conclusão
    A conclusão pode ser ideia sucinta do fato narrado, um comentário pessoal do autor ou uma simples generalização. Representa também a resolução da carência, isto é, um resultado, sob a forma de uma melhora, de uma permanência ou de uma degradação do estado inicial. É o desfecho do texto, que tanto pode ser a volta ao equilíbrio inicial como o aparecimento de uma nova, uma outra situação de equilíbrio não apresentada no início do texto.

    Ex.: fechamento Texto 1
    Ah... que empolgante falou o engenheiro. Aí, deu uma paradinha, uma pensadinha e perguntou:
    E o menino?
    Ah! falou o índio menino é merenda!”

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    PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DE PARTE OU CONTEÚDO COMPLETO, BEM COMO CÓPIAS NÃO AUTORIZADAS/© Maria Margarida de Souza Melo/Lílian de Souza Melo, 2024.
    Os personagens
    Os personagens são elementos fundamentais na narrativa, possuindo cada um o seu papel para a evolução da história. Interessante observar que o vocábulo “personagem” se origina do grego (persona = máscara): é por meio dos personagens que o autor transmite as mensagens que deseja. Há os personagens principais o antagonista e o protagonista e os secundários constrói-se entre eles uma hierarquia de valor.

    O narrador
    O narrador é o organizador da história contada, podendo ser o próprio autor do texto narrativo ou até mesmo um personagem criado pelo autor. Contando a história para o leitor, ele poderá interferir no texto através de pronomes (“nós podemos concluir o que ela poderia estar pensando...”), do uso do presente genérico (“sabíamos que ele poderia não estar dizendo a verdade”), comentários sobre o fato narrado (“descrevendo-a desta maneira, é fácil imaginar por que ele a amava”) ou até interpelando diretamente o leitor (“Preste atenção, minha cara leitora, a este artista que temos”). Podemos ainda caracterizar o narrador como o de primeira (“Já contei algumas vezes esta história”) ou de terceira pessoa (“A mulher estendeu-lhe a mão e sorriu”).

    De uma forma prática, teríamos:
    Narrador personagem: é aquele que conta a história e dela participa. A história é contada em 1ª pessoa.
    Ex.: “Percebi que minha avó não me olhava. A princípio, achei inexplicável ela fizesse isso, pois costumava fitar-me, longamente, com uma ternura que incomodava. Tive raiva do que me parecia um capricho e, como represália, fui para a cama.”

    Narrador observador: caracteriza-se como o narrador que relata acontecimentos na qualidade de alguém que observa e transmite suas impressões ao leitor. Conta-se a história em 3ª pessoa.
    Ex.: “O menino pisou com o calcanhar a procissão de formigas atarantadas. Só então percebeu que lhe escorria do joelho esfolado um filete de sangue.”

    Narrador onisciente: é aquele que não só observa os acontecimentos, mas também sabe tudo sobre os personagens, inclusive seus sentimentos e pensamentos. A narração se desenrola em 3ª pessoa, mas muitas vezes a fala do narrador se mistura às dos personagens, o que caracteriza o discurso indireto livre.
    Ex.: “No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida.”

    O narrador e os tipos de discurso
    No texto narrativo, os personagens dialogam entre si, manifestando, assim, o seu discurso. Cabe ao narrador a reprodução desses discursos ao longo da narração. Assim, podemos citar três formas de reprodução do discurso alheio discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre. A seguir, a análise de cada um deles:

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    Discurso direto
    Nesse caso, o narrador reproduz as falas dos personagens por meio das próprias palavras deles. A reprodução do discurso ocorre como se o leitor ouvisse literalmente o que os personagens disseram. Algumas marcas linguísticas são evidenciadas: uso dos dois pontos e travessão; aparecimento de verbos que anunciam a fala do personagem (“disse”, “falou” ...) são os chamados verbos de elocução ou verbos dicendi e a presença de palavras que se vinculam à situação de produção textual em que se proferiu o discurso.
    Ex.: “ O rio já encheu mais? perguntou a mãe.
    Chi, ta um mar d’água! Qué vê, espia, apontou o menino com o dedo para fora do rancho.”

    Discurso indireto
    Nesse tipo de discurso, o narrador reproduz as palavras dos personagens sem priorizar sua forma linguística e sim seu conteúdo. Aqui, o que se pretende não é reproduzir literalmente o que o personagem falou, mas reescrever tal fala por meio das palavras do narrador.
    As marcas linguísticas desse tipo de discurso incluem também verbos que reproduzem as falas
    dos
    personagens (“dizer”, “afirmar”, “perguntar”, “responder” etc.); a fala do narrador não é isolada por sinal de pontuação, mas por partículas introdutórias (normalmente, as conjunções integrantes que e se); os pronomes, os verbos e outros vocábulos da fala do personagem são substituídos por outros que se vinculem ao tempo em que se situa o narrador.
    Ex.: “Assim que a encontrei, perguntei se nós poderíamos nos encontrar naquela noite.”

    Discurso indireto livre
    Essa é a forma mais sutil de se reproduzir a fala de um personagem não há indicadores muito evidentes de limites entre a fala do narrador e a fala do personagem. Nesse caso, é preciso que
    o leitor pressuponha que aquelas palavras não pertencem ao narrador e sim a um personagem da narrativa. É o discurso que aproxima ambos, dando-nos a impressão de que falam em uma só voz.
    Ex.: “Toda a fascinação da vida o golpeou, uma tão profunda delícia e gosto de viver, uma tão ardente e comovida saudade, que retesou os músculos do corpo, esticou as pernas, sentiu um leve ardor
    nos olhos. Não quero morrer!”

    Transposição do discurso direto para o indireto
    pronomes e flexão verbal em 1ª ou 2ª pessoa:
    Quero dormir disse a menina.
    pronomes e flexão verbal em 3ª pessoa:
    A menina disse que queria dormir.
    Tempos verbais (ordenados em relação ao momento da fala)

    a) Presente do Indicativo
    A situação é a mesma afirmou o policial.
    Tempos verbais (em correlação como tempo em que se situa o narrador)
    Pretérito Imperfeito
    O policial afirmou que a situação era a mesma.
    Pretérito Perfeito
    Tudo permaneceu como antes lembrou o rapaz.

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    PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DE PARTE OU CONTEÚDO COMPLETO, BEM COMO CÓPIAS NÃO AUTORIZADAS/© Maria Margarida de Souza Melo/Lílian de Souza Melo, 2024.
    c) Futuro do Presente
    Pretérito Mais-que-perfeito
    O rapaz lembrou que tudo permanecerá como antes.
    Futuro do Pretérito
    Tudo estará acabado em breve sentenciou a mulher.
    d) Modo Imperativo
    Não entre aí, disse a mãe.
    A mulher sentenciou que tudo estaria acabado em pouco tempo.
    Modo Subjuntivo
    A mãe mandou que não entrasse ali.
    Frases interrogativas diretas
    Tudo bem aí? perguntou a mulher.
    Frases interrogativas indiretas
    A mulher perguntou se estava tudo bem ali.
    Pronomes demonstrativos de 1ª e 2ª pessoa (esta/este/isto; esse/essa/isso)
    Essa sua atitude não é educada repreendeu o pai.
    Pronomes demonstrativos de 3ª pessoa (aquele/aquela/aquilo)
    O pai lhe falou que aquela atitude não era educada.

    A narração e os tempos verbais
    Quanto aos tempos verbais, pode-se afirmar que nesse gênero de texto há predominância de verbos no pretérito perfeito, já que o que se pretende é relatar acontecimentos que ocorreram em um momento passado.
    Ex.: “Tudo quieto, o primeiro cururu surgiu na margem, molhado, reluzente na semi-escuridão. Engoliu um mosquito; baixou a cabeçorra; tragou um cascudinho; mergulhou de novo, e bum-bum! Soou uma nota soturna do concerto interrompido.” (Lima, Jorge de. Calunga; O anjo.)

    Nesse texto, o que se observa são ações no pretérito perfeito que se sucedem na linha do tempo surgiu, engoliu, mergulhou, baixou, tragou, mergulhou, soou. Entretanto, é comum também a presença da troca dos tempos verbais na narração do pretérito perfeito para o presente do indicativo , quando o que se pretende é aproximar os acontecimentos que ocorreram no passado do momento em que se os narra. É a utilização do Presente do Indicativo no lugar do Pretérito Perfeito.
    Ex.: “A moça chega com sapatinho baixo, saia curta, cabelos lisos castanhos arrumados em rabo-de cavalo, sorri dentes branquinhos muito pequenos, como de primeira dentição, e fala o senhor me
    deixa telefonar? de maneira inescapável.” (Ângelo, Ivan. Bar. Adaptado)

    De uma forma prática, pode-se observar na narração a articulação dos seguintes elementos:
    Quem? os personagens que se envolvem na trama.
    Quê? o enredo os fatos em si, a trama, os acontecimentos.
    Onde? o local onde se desenvolve o enredo.
    Quando? O momento em que se desenrolou a trama.
    Como? a forma como se desenvolveram os acontecimentos.

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    PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DE PARTE OU CONTEÚDO COMPLETO, BEM COMO CÓPIAS NÃO AUTORIZADAS/© Maria Margarida de Souza Melo/Lílian de Souza Melo, 2024.
    Por quê? as causas, os motivos que suscitaram os eventos.
    Para quê? possíveis finalidades, consequências desejadas pelos personagens da trama.
    A narração e a descrição
    Vale lembrar que é muito comum que a narração contenha aspectos descritivos. No texto narrativo, observa-se a presença constante não apenas da caracterização das cenas em que se desenrola a trama,
    mas também a qualificação dos personagens que dela participam.
    Ex.: “Ouvi primeiro o ruído de cascos pisando a grama, mas continuei deitado de bruços na esteira que havia estendido ao lado da barraca. Senti nitidamente o cheiro acre muito próximo. Virei-me devagar, abri os olhos. O cavalo erguia-se interminável à minha frente. Em cima dele havia uma espingarda apontada para mim e atrás da espingarda um velhinho de chapéu de palha, que disse logo o seguinte:
    Filhos de uma puta.” (Piroli, Wander. Crítica da razão pura.)
    Neste trecho, que inicia uma narração, o que se percebe é o comprometimento inicial do autor em caracterizar não só a cena como também os personagens da história que se inicia.

    A descrição
    É a modalidade de texto que trata das características de uma pessoa, de um objeto, de uma paisagem ou de uma simples situação, em determinado período de tempo. Em uma modalidade abstrata, a descrição pode caracterizar sentimentos, sensações. É o tipo de texto que lida com detalhamentos, pormenores do elemento que retrata.
    Ex.: “O amor estava de chambre verde, recostado na cama cheia de almofadas. As mãos branquíssimas descansando entrelaçadas na altura do peito. Ao lado, um livro aberto e cujo título deixei para ler depois e não fiquei sabendo.” (Telles, Lygia Fagundes. A estrutura da bolha de sabão.)

    A passagem do tempo na descrição
    Importante lembrar que se torna quase impossível desenvolver uma descrição pura, onde não apareçam trechos de narração ou até de dissertação. A descrição consiste não em fazer
    progredir uma história (tarefa da narração), mas em interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto, um lugar etc. Na descrição, não existe relação de anterioridade e de posterioridade entre os enunciados, os movimentos ocorrem ao mesmo tempo, sem haver progressão de um estado a outro. As ações reproduzidas na descrição são simultâneas. Ao ocorrer progressão cronológica, tem-se o texto narrativo.
    Ex.: “Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estudos, pesquisas, propostas, contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, um copo de uísque na mesa da cabeceira. (...) Os sons da casa: minha filha no quarto dela treinando empostação de voz, a música quadrafônica do quarto do meu filho. (...) A copeira servia à francesa, meus filhos tinham crescido, eu e a minha mulher estávamos gordos.” (Fonseca, Rubem. Passeio noturno.)
    O trecho inicia-se com uma narração ações evoluindo em uma sequência cronológica (“Cheguei em casa...”). Entretanto, logo a seguir, o autor interrompe sua sequência narrativa para caracterizar uma cena tem-se uma pausa na narração para um trecho descritivo. Na descrição, as ações são concomitantes (“minha mulher jogando paciência”, “minha filha no quarto treinando empostação de voz”, “a copeira servia à francesa”).

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    PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DE PARTE OU CONTEÚDO COMPLETO, BEM COMO CÓPIAS NÃO AUTORIZADAS/© Maria Margarida de Souza Melo/Lílian de Souza Melo, 2024.
    TEXTOS DESCRITIVOS
    O tipo textual descritivo expõe as propriedades de seres, locais, paisagens, produtos, sensações, sentimentos etc. Nesse sentido, esse tipo busca apresentar propriedades ou características de forma detalhada.
    Para o seu desenvolvimento, é comum que se utilize verbos de ligação, adjetivos, advérbios, analogias e metáforas. Esses elementos linguísticos podem contribuir, por exemplo, com a descrição pormenorizada de acontecimentos, lugares e sensações.
    Além do mais, os textos de tipo descritivo podem conter descrições objetivas ou subjetivas. No primeiro caso, busca-se não apresentar juízos de valor a respeito do que está sendo descrito. Já no segundo, busca-se expor, além de características e propriedades, avaliações do que está sendo descrito.

    Características e estrutura do texto descritivo
    O texto descritivo é um modo textual com uma série de aspectos linguísticos como os lexicais, sintático, linguístico, estilístico, tempos verbais e relações lógicas. Seu objetivo é apresentar impressões ou um retrato (por meio da escrita) de algo (objeto, pessoa, lugar etc.).
    Assim, o tipo descritivo contém uma diversidade de gêneros marcados pela descrição. Podemos citar uma forte presença da descrição em gêneros como os relatos históricos, anúncios, relatórios etc. A estrutura do texto descritivo dependerá das exigências do gênero textual a ser utilizado por ele. No entanto, de maneira geral, pode-se dizer que o texto descritivo apresenta dois elementos básicos:
    - A apresentação do objeto/pessoa/paisagem a ser descrito;
    - A descrição propriamente dita, podendo ser objetiva ou subjetiva.
    Para que possamos aplicar essa estrutura, é necessário, antes, conhecermos alguns marcadores linguísticos que podem fazer parte da composição do texto descritivo. São eles: predominância de adjetivos, substantivos e locuções; uso de verbos de ligação; detalhamento psicológico ou físico; emprego das orações coordenadas justapostas; prevalência do tempo verbal passado.
    É preciso ressaltar que, ao descrever um objeto, paisagem ou fato, o leitor deve ser capaz, com base na leitura feita, de visualizar o objeto descrito. A descrição funciona como um “retrato por escrito” de algo.

    Tipos de texto descritivo
    O texto descritivo pode ser dividido em duas categorias: descritivo objetivo (ou descrição objetiva) e descritivo subjetivo (ou descrição subjetiva).
    Texto descritivo objetivo
    Trata-se de um texto de linguagem denotativa que tem como característica fazer uma descrição da forma mais concretamente possível. Nele não há espaço para metáforas e demais figuras de linguagem. Seu caráter é muito mais próximo do técnico do que do artístico.
    Texto descritivo subjetivo
    Diferentemente da descrição objetiva, aqui há espaço para marcadores de subjetividade e, principalmente, para o uso de figuras de linguagem como a metáfora. Sendo assim, ele faz uso frequente da linguagem conotativa e é muito comum em obras literárias.
    Como se faz um texto descritivo?
    A construção de um texto descritivo exige, primeiramente, o objeto (pessoa, situação etc.) a ser descrito. Para uma boa descrição, é preciso estar atento aos detalhes e às sensações que devem ser direcionadas ao leitor. Uma boa descrição é aquela que possibilita ao receptor criar uma imagem em sua mente.

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    Além disso, é preciso estar atento ao tamanho e aos excessos da descrição. Hoje, um texto descritivo com muitos detalhes pode tornar seu conteúdo chato e desinteressante. Se, no passado, a boa descrição era aquela com o maior número de informações, na atualidade, costuma-se descrever o essencial para a compreensão do objeto e da narrativa por parte do leitor.
    Em geral, o texto descritivo é formado por uma diversidade de marcadores, conforme apontado, que ajudam na construção da descrição (objetiva ou subjetiva). Nesses termos, o autor deve prezar por um estudo desses elementos linguísticos e do léxico a fim de enriquecer sua produção.

    Exemplos de texto descritivo

    A Polícia Militar encontrou, na manhã de sexta-feira (18/05), o corpo da vítima. Ela era magra, com meia altura, olhos castanhos e cabelos longos e loiros.
    O trecho pode ser considerado descritivo. Em vermelho, percebemos o uso do verbo de ligação (verbo ser), e, em verde, os adjetivos. Assim, o trecho se utiliza de uma descrição objetiva, pois se atenta às características físicas da vítima para informar o seu leitor da maneira mais realista possível, por meio da linguagem denotativa.
    Nos olhos castanhos de Luísa, eu via brasa. Ela estava em fúria, e eu, cada vez mais enlouquecido de amor. O que eu poderia fazer? Absolutamente nada. Eu era o homem que destruiu a sua vida. Era isso que passava pela cabeça dela. Tenho certeza! Voltemos à Luísa: ela me encarava. Olhos firmes, arregalados, faíscas. De minha parte: medo, temor, amor O que eu poderia fazer?
    No trecho, os verbos em ajudam na visualização e construção da cena. Em verde, temos os adjetivos que caracterizam ambas as personagens envolvidas na cena. Em determinados momentos, percebemos que termos como “brasa” e “faísca” são metáforas para se referir ao comportamento da personagem Luísa, que, por algum motivo, estava enfurecida. Dessa maneira, temos o uso da descrição subjetiva, isto é, a presença da linguagem conotativa no texto.

    Diferença entre os textos descritivo e narrativo

    Embora sejam utilizados juntos na maioria das vezes, o texto descritivo e o texto narrativo se diferenciam um do outro. Ambos são tipos textuais, isto é, tanto um quanto o outro são definidos por sua natureza linguística (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, estilo e relações lógicas).
    O texto narrativo tem como uma de suas principais características a presença de uma sequência lógica de acontecimentos por meio dos verbos de ação. Ele também pode vir com marcadores temporais passado, presente ou futuro.
    Por outro lado, o texto descritivo não apresenta uma sequência lógica de acontecimentos. Isso acontece porque ele independe de acontecimentos para compreendermos a descrição. Por exemplo, no trecho sobre a vítima encontrada pela Polícia Militar, se retirarmos o único marcador de tempo da sentença (a data), a descrição não perde o seu valor.
    Se o texto narrativo depende de uma sequência para a construção de seu sentido, o texto descritivo pode funcionar muito bem como um recorte da cena."

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    PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DE PARTE OU CONTEÚDO COMPLETO, BEM COMO CÓPIAS NÃO AUTORIZADAS/© Maria Margarida de Souza Melo/Lílian de Souza Melo, 2024.
    TEXTOS DISSERTATIVOS

    O tipo textual dissertativo é aquele em que há o posicionamento do autor em defesa de um tema ou assunto. Por buscar persuadir o leitor, esse tipo textual depende da apresentação de argumentos, justificativas, conceitos, exemplos, dados, conceitos filosóficos, operadores argumentativos etc.
    Estruturalmente, os textos dissertativos dividem-se em introdução, desenvolvimento e conclusão:
    Introdução: contextualiza-se o tema abordado no texto, e, geralmente, é quando a tese defendida é apresentada.
    Desenvolvimento: busca-se comprovar a tese apresentada na introdução do texto. Para isso, apresenta-se justificativas, dados, análises, argumentos, comparações, explicações detalhadas e outras diversas estratégias argumentativas que podem ser empregadas para a defesa de uma ideia.
    Conclusão: retoma-se os argumentos desenvolvidos, apresenta-se os resultados obtidos, reafirma-se a tese diante dos resultados encontrados, e, em casos específicos, apresenta-se possíveis soluções para os problemas analisados.
    Exemplos de textos dissertativos: artigo de opinião; editorial; resenha crítica; dissertação argumentativa; crônica argumentativa; tese acadêmica; dissertação acadêmica; monografia; artigo de divulgação científica.

    TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS:

    Poema
    O poema é um texto literário escrito em versos e que podem conter rimas ou não. Ele pode ser lírico, narrativo ou dramático. Assim, diferente da prosa, escrita em texto corrido, o poema é escrito em versos que se agrupam em estrofes.
    Características dos poemas
    Os principais elementos que compõem um poema são o verso, a métrica, a estrofe, a rima e o ritmo.
    Verso e métrica

    Verso é cada linha de um poema. Métrica é a medida dos versos em sílabas poéticas, que nem sempre correspondem às sílabas gramaticais.
    Os versos são classificados de acordo com as sílabas poéticas que apresentam.
    monossílabo: verso com uma sílaba poética /
    dissílabo: verso com duas sílabas poéticas
    trissílabo: verso com três sílabas poéticas /
    tetrassílabo: verso com quatro sílabas poéticas
    pentassílabo: verso com cinco sílabas poéticas /
    hexassílabo: verso com seis sílabas poéticas
    heptassílabo: verso com sete sílabas poéticas
    octossílabo: verso com oito sílabas poéticas
    eneassílabo: verso com nove sílabas poéticas
    decassílabo: verso com dez sílabas poéticas
    hendecassílabo: verso com onze sílabas poéticas
    dodecassílabo: verso com doze sílabas poéticas


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