Curso Online de A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA DE CORDEL EM SALA DE AULA
Esse curso foi criado pensando na contribuição que a literatura de cordel pode oferecer no processo de alfabetização e na ação de aprend...
Continue lendoAutor(a): Clodomiro Pereira Valeiro
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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA DE CORDEL NA SALA DE AULA
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA DE CORDEL NA SALA DE AULA
Clodomiro Pereira Valeiro
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A literatura de cordel é o centro deste curso, no qual se aborda a importância e as principais características desta forma literária, seu trajeto na história e a importância de se manter viva essa tradição, a começar pela sala de aula. Além disso, a pesquisa aborda a estrutura dos versos e o trabalho de xilogravura, técnica usada para ilustrar as capas dos folhetos de cordel.
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INTRODUÇÃO
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Há notícias da literatura de cordel no mundo ocidental desde o século XII e por volta do Século XVII teve sua popularização em Portugal, de onde veio para o Brasil, através dos colonizadores portugueses na época do descobrimento, assim ela foi se difundindo com o avanço de suas conquistas. Desde a chegada no Brasil até o final do século XIX as histórias de cordel eram reproduzidas a partir de textos Lusitanos ou espanhóis, somente no final do Século XIX é que foi escrita a primeira história de cordel por um brasileiro.
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O apogeu da literatura de cordel no Brasil ocorre só depois do Século XX, na região do Nordeste, isso porque nessa região o progresso foi mais tardio, não existia outros meios de comunicação a não ser o cordel, que funcionava como uma espécie de jornal que relatava através dos versos os acontecimentos regionais, como a seca, o cangaço e até mesmo assuntos do cotidiano, como casamentos brigas de família, tudo era noticiado através do cordel, exposto em cordões estendidos nas feiras e praças.
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O cordel passou por um período de decadência devido ao processo de evolução social, quando começa a popularização do rádio e do cinema, também devido ao desenvolvimento industrial que foi levando o sertanejo a migrar para regiões mais desenvolvidas economicamente. Mas essa fase foi superada e novos poetas surgiram e se aliaram aos meios de comunicação retomando a produção do cordel até chegar no ponto em que estamos, em que o cordel é conhecido por todas as regiões e vem sendo estudado por grandes pesquisadores que dedicam seus estudos a essa cultura popular.
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1. A ORIGEM DA LITERATURA DE CORDEL
Vários estudiosos vêm se empenhando nos estudos da literatura de cordel. Saraiva (2004, p.127–131) afirma que , a qual ficou submersa durante muitos anos, desprezada pelos investigadores universitários e pelos críticos literários. Mesmo depois que ela foi retomada, nos anos 60, suas origens nunca foram investigadas com a seriedade merecida. Assim, a origem da literatura de cordel no Brasil é incerta, sabe-se, porém, que ela se espelha na literatura de cordel portuguesa que, por sua vez, decorre de padrões de origem espanhola, francesa ou italiana. Há menção de que desde os primeiros colonizadores do Brasil já levassem consigo autos e estórias impressos em Portugal, em folhetos avulsos ou em cordel.
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1. A ORIGEM DA LITERATURA DE CORDEL
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O registro mais seguro de um folheto impresso no Brasil foi cunhado pela imprensa régia em 1815, a História da Donzela Teodora, recriada pelo poeta Leandro Gomes de Barros numa versão brasileira com uma produção bastante significativa, de grande divulgação e recepção. Aqui no Brasil, a História da Donzela Teodora, donzela-escrava-sábia-bela, que venceu os sábios do rei, livrando o seu amo da falência, cujas origens mais remotas são árabes, vem atravessando os tempos e encantando o nosso povo até os dias de hoje no Nordeste brasileiro.
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O apontamento mais antigo de uma obra de cordel escrita por um brasileiro, vem do poeta e estudioso de literatura de cordel Francisco das Chagas Batista: ele atribui a Leandro Gomes de Barros, nascido em Pombal (Paraíba) em 1865, a autoria da primeira história de literatura de cordel brasileira. Mas há controvérsias, pois para o escritor e folclorista Luís da Câmara Cascudo o estudioso mais conhecido da cultura popular no Brasil, foi Silvino Piruá de Lima o autor do primeiro folheto de cordel brasileiro, o romance Zezinho e Mariquinha, publicado em fins do século XIX.
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E assim segue um leque de opiniões dos mais conceituados estudiosos, como Sílvio Romero, Ariano Suassuna e Victor Ramos, cada um com sua opinião sobre a origem da literatura de cordel no Brasil. As divergências são claras quanto a origem, todavia, um fato é certo, sabe-se que todos concordam quanto ao local do surgimento da literatura de cordel Brasileira: o Nordeste do Brasil.
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No Brasil, essa literatura se arraigou mais profundamente no Nordeste “e continua como forma viva de comunicação”. O surgimento da literatura de cordel teve mais facilidade para se desenvolver no Nordeste do Brasil devido às condições culturais e sociais que são de forma peculiares nessa região. Os cangaceiros, as secas, os conflitos entre famílias, todos esses fatores sócio-culturais eram motivos para se tornar rimas, cantadas por menestréis e cantadores do Nordeste. Essa manifestação tornou-se o meio de comunicação difusor dos acontecimentos naquela região, era como se fosse um jornal, que tinha toda a credibilidade daquele povo, pois os versos que se cantavam nas feiras e ruas eram narrativas das façanhas de cangaceiros, de crimes, de secas e outros fatos acontecidos.
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Por volta de 1945 houve uma fase de decadência no comércio de folhetos de cordel, isso em conseqüência das transformações no meio social, como o rádio, o cinema e o processo de crescimento na industrialização do país. Outro fato que também contribuiu para o declínio dos folhetos de cordel foi a construção de Brasília, que levou a retirada dos nordestinos para trabalharem na construção da capital federal. Todos esses fatores alteraram a mentalidade dos nordestinos, que eram os grandes consumidores da poesia popular, assim como os cantadores que também migraram rumo à Brasília em busca de outros meios de sobrevivência.
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Pagamento único
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- A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA DE CORDEL NA SALA DE AULA
- 1. A ORIGEM DA LITERATURA DE CORDEL
- 2. OS FOLHETOS DE CORDEL
- FOLHETO NA VERSÃO ORIGINAL, OUTRO REEDITADO
- 2.1 A xilogravura
- 2.2 O “professor” cordel
- 3. A LITERATURA DE CORDEL NA SALA DE AULA
- Se os textos usados em sala de aula são sempre clássicos, que lugar teria a literatura de cordel na esfera didática?