Curso Online de MANOBRAS EM FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

Manobras respiratórias convencionais e manobras respiratórias não convencionais

A fisioterapia respiratória contribui para prevenir e tratar vários aspectos das desordens respiratórias, tais como obstrução do fluxo aéreo, retenção de secreção, alterações da função ventilatória, dispneia, melhora na performance de exercícios físicos e da qualidade de vida.

Várias doenças cursam com produção excessiva de secreções nas vias aéreas ou diminuição da capacidade de clearance (depuração) das quantidades normais de muco respiratório.
Em crianças, a produção do muco é mais elevada pela maior densidade de glandulas submucosas, e sua composição mais ácida pode torna-lo mais viscoso.
Na mecânica respiratória infantil, observa-se maior complacencia do tórax e das VAs, menor capacidade residual funcional, menor diametro das VAs e menor quantidade de canais colaterais.

São termos utilizados para denotar um conjunto de técnicas fisioterapêuticas não invasivas, que têm como principais objetivos o desprendimento e a mobilização de secreções.
Essas manobras favorecem o desprendimento das secreções desde os segmentos broncopulmonares distais até os grandes brônquios, para uma melhor expulsão, promovendo a limpeza das vias aéreas respiratórias e melhora da troca gasosa, além de prevenir e minimizar complicações decorrentes das pneumopatias.
São, também, indicadas para pacientes com volume de secreção pulmonar acima de 30mL ao dia, doença aguda com produção de secreção, insuficiência respiratória aguda com sinais clínicos de secreção retida, atelectasia lobar aguda e anormalidades da ventilação e perfusão.

Atualmente, a classificação das manobras fisioterapêuticas mais aceita, divide os recursos em:
I manobras respiratórias convencionais (técnicas percussivas e vibratórias);
II manobras respiratórias não convencionais (técnicas que atuam através do aumento passivo do fluxo expiratório).

Percussões torácicas manuais (PTM)
Compreendem ondas de energia mecânica aplicadas sobre a caixa torácica do paciente, em especial sobre o local mais afetado.
Sendo classificadas nessa modalidade: a tapotagem, a punho percussão, a percussão cubital e a digito percussão.
Dentre as manobras citadas a mais conhecida é a tapotagem, sendo realizada com uma ou duas mãos em concha, com os dedos cerrados e o polegar em adução. No caso de crianças menores, pode-se realizar a percussão com três dedos, com o dedo médio levemente flexionado.

Provoca um deslocamento das secreções nos brônquios de maior calibre de na traqueia por meio de ondas de choque de energia aplicada sobre a parede brônquica. É feita com as mãos em cúpulas. A frequencia manual gerada é de apenas 1 a 8hz e fica aquém da frequencia ideal para o transporte e alteração da realogia do muco que é de 25 a 5 hz.
INDICAÇÃO: presença de secreção em vias aéreas proximais.

É contraindicada a realização da manobra em pacientes que apresentem ausculta com sibilos expiratórios (evidenciando broncoespasmo), edema agudo de pulmão, dispneia, pós-operatório imediato, hipertensão intracraniana, fratura de costelas, prematuridade extrema, apneia, plaquetopenia, osteopenia da prematuridade, crise asmática, enfisema subcutâneo, hemoptise, pneumotórax, cardiopatias graves, recém-nascidos (RNs) logo após extubação. É recomendado que não seja realizada diretamente sobre a pele do paciente.

A realização e eficácia da tapotagem em RNs é questionada na literatura por muitos autores. Segundo a I Recomendação brasileira de fisioterapia respiratória em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal, a PTM pode elevar a pressão intratorácica e a hipoxemia, sendo esta última pouco relevante não relevante quando empregada em períodos inferiores a 30 segundos.
A PTM realizada de forma rotineira com tempo de realização de 1 a 2 minutos em RNs (28 a 37 semanas de idade gestacional) logo após a extubação pode gerar colapso de pequenas vias aéreas.
Em alguns serviços hospitalares, as manobras fisioterapêuticas são realizadas após as primeiras 72 horas de vida em recém-nascido prematuro (RNPT) de muito baixo peso (menor que 1.500g), devido ao risco de hemorragias intracraniianas.

Fonte: Google imagens

Compreende a realização de movimentos oscilatórios realizados de forma manual por meio de contração isométrica dos músculos agonistas e antagonistas do antebraço, trabalhando em conjunto com a palma da mão.
Tais movimentos são realizados de forma perpendicular sobre o tórax, com objetivo de alterar a reologia do muco, e facilitar a depuração das secreções pelo aumento da amplitude de batimento ciliar, podendo ser associadas à realização de compressão torácica (sendo conhecida como vibrocompressão), devendo ser realizada preferencialmente ao final da expiração.