Curso Online de Desvendando o prazer da leitura e seu contexto histórico.

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Compreender melhor contexto histórico que envolve leitura para entender as dificuldades dos dias atuais, instigando o hábito de ler. Con...

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Compreender melhor contexto histórico que envolve leitura para entender as dificuldades dos dias atuais, instigando o hábito de ler.
Conhecer estratégias para tornar a leitura prazerosa.
Se conhecendo como professor para o desenvolvimento da leitura.

Psicopedagoga, formada pela FVJ( Faculdade Vale do Jaguaribe- CE) Psicopedagogia clinica e Institucional Pedagoga, Formada Pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN. Atuou como Monitora da Disciplina Antropologia e Educação,Filosofia da Educação, do Programa Institucional PIM, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Atuou como Orientadora Social do Programa Federal Projovem adolescente, no Rio Grande do Norte.



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  • INCENTIVO A LEITURA: Leituras de Obras Literária nos dias atuais. MODULO II

    INCENTIVO A LEITURA: Leituras de Obras Literária nos dias atuais. MODULO II

    INCENTIVO ALEITURA:
    Reconhecer a Inserção da
    Criança no Tecído Social.
    MODULO I

  • Introdução
    Modulo I


    O contexto que envolve o interesse dos alunos pela leitura de obras literárias precisa ser analisado historicamente, pois dessa forma podemos compreender a nossa realidade, seja escolar ou familiar, e com isso podemos desenvolver o gosto e o interesse pela leitura de obra literária através de uma aprendizagem significativa, o despertar das emoções e sentimentos, a relação com o individuo.
    A leitura de obras literárias , assim como a língua que utilizamos, são instrumentos de comunicação, e por isso, cumprem também o papel social de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma comunidade. Apesar de estar ligada a uma língua, que lhe serve de suporte, a literatura não está presa a ela, pelo contrário, a literatura faz um uso livre da língua, chegando até a revolucionar suas regras e o sentido das suas palavras utilizadas no texto literário. Com a leitura de obras literárias procura-se ler e compreender o significado do texto levando em conta as relações daquele texto com outros do mesmo, ou de outros autores, com a época em que foi escrito, com a atualidade, propiciando a capacidade de ler, refletir, pensar; mas é também sentir, emocionar-se apurar a sensibilidade, sonhar.

  • A leitura de obra literária deve ser o ponto de partida a compreensão, a formação para o estudo de um leitor crítico, e este, deverá sempre relacionar tudo o que lê com o mundo que o cerca e compreender a diversidade de significados. Dessa forma, podemos dizer que a linguagem literária amplia a capacidade de compreender o mundo, uma vez que estamos rodeados de linguagem. Em qualquer lugar, a qualquer momento estamos recebendo mensagens e informações que são transmitidas por meio de diferentes tipos de linguagem verbal e não verbal. A leitura representa uma atividade de grande importância para a vida das pessoas e em especial, a do leitor. É através dela que podemos interagir e compreender o mundo a nossa volta e sua própria formação, realizar atividades que contribuem para o nosso crescimento e para agir ativa e criticamente na sociedade.

  • 1.CONHECENDO O CONTEXTO HISTÓRICO DA CRIANÇA X LITERATURA

    Estabelecer a relação entre infância e literatura é reconhecer a inserção da criança no tecido social. No contexto desta reflexão, é incluí-la enquanto ser capaz de gerar mudanças na amplitude do conceito de literatura, sua produção, sua recepção e seu ensino. Daí, a importância para consolidar a presença da Literatura para a infância no elenco de estudos da formação docente, visto que a literatura se apresenta como veículo criador e socializador da linguagem e dos valores. Em decorrência, a presença da literatura na escola propicia a exploração de inúmeras possibilidades de educação linguística, ficcional, social.
    O primeiro passo, para que essa compreensão se estabeleça é traçar alguns elementos históricos da trajetória da Literatura para a infância – nele se delineiam os condicionantes sociais que se desdobram na emancipação da modalidade de discurso que ao incorporar a criança cria também à percepção de quem é esse destinatário desse produto cultural “literatura”. Para desenvolver o tema infância e literatura e seus fundamentos históricos, consideramos dois eixos: o primeiro é a descoberta da categoria “infância” do ponto de vista de alguns aspectos da história e o segundo é do conceito de criança que nos chega através da produção literária para esse leitor .

  • A relação história e literatura tornam-se relevantes na medida em que, enquanto a história vai pouco a pouco desvelando a convivência social da criança em diferentes épocas, a literatura é um dos discursos que efetivamente assume a preocupação com a infância e a partir daí constrói um conceito ou imagem da criança. A literatura pode-se dizer socializa, antecipa e constrói representações da criança que circulam na sociedade.
    Do ponto de vista da história da sociedade, a infância surge como categoria, a partir do século XVIII (em torno de 1750). Até então, não se encontra um corpus de conhecimentos¹ nem tampouco um conceito formulado para esse período de desenvolvimento humano entre as várias ciências. Assim sendo, as crianças participavam da vida da sociedade sem cuidados especiais às suas necessidades. A criança pobre, abandonada é tema presente nos contos de fada, como em João e Maria, primeira categoria infantil recolhido da tradição oral pelos irmãos Grimm em torno de 1810. Na tradição oral, as histórias compiladas não eram destinadas ao público infantil e sim aos adultos, foram os irmãos Grimm que as dedicaram às crianças por sua temática mágica e maravilhosa. Fundiram, assim, esses dois universos: o popular e o infantil. O título escolhido para a coletânea já evidencia uma proposta educativa, alguns temas considerados mais cruéis ou imorais foram descartados do manuscrito de 1810.
    ______________________________
    1 Um conjunto de conhecimento teórico pesquisado

    .

  • Como não havia uma preocupação maior com essa fase da vida, o período era marcado pelo alto índice de mortalidade. Ora, sendo seres tão transitórios não valia à pena dedicar-lhes sentimentos mais profundos e duradouros. Assim, as crianças eram deixadas para serem criadas por serventes, amas-secas, até que pudessem ter certa autonomia para o convívio com os adultos e chegassem a lhes ocupar o lugar como afirma Zilberman:

    Na sociedade antiga, não havia infância: nenhum espaço separado do mundo. As crianças trabalhavam e viviam junto com os adultos, testemunhavam os processos naturais da existência (nascimento, doença, morte), participavam junto deles da vida pública (política), nas festas, guerras, audiências, execuções, etc... Tendo assim seu lugar assegurado nas tradições comuns: na narração de histórias, nos cantos, nos jogos (Richter, apud ZILBERMAN, 1982, p. 40).

    A atitude do adulto em relação à infância sempre foi marcada pela estrutura social de cada momento da história (SCARPIT, 1986). Deve-se à revolução industrial (séc.XVIII e XIX) a compreensão da criança como tendo valor econômico para a emergência do meio urbano.

  • 2. A Infância começa a ser Definida.

    A obra Oliver Twist (1839) do escritor inglês Charles Dickens (1812-1870) ilustra bem essa situação. A pressão da nova ordem social estabeleceu dois canais básicos de intercâmbio do adulto com a criança:
    1º) A burguesia emergente foi levada a criar escolas urbanas, não monásticas para que seus filhos dominassem os rudimentos da leitura, da escrita e da aritmética e pudessem assim, habilitarem-se à condição de adultos dirigentes. 2º) O segundo canal foi à percepção de que a criança pobre, e os filhos bastardos teriam valor como mão de obra barata, o que contribuiu para desenvolverem-se cuidados com a infância visando à diminuição da mortalidade. É desse período a expansão das instituições semi-filantrópicas que albergavam esses filhos indesejados. Se sobreviviam a essas instituições e à alta taxa de mortalidade, quando maiores eram encaminhados às escolas de ofícios.

  • Com essa visão pragmática, capitalista, é que a infância começa a ter um espaço social mais definido. Para sustentá-la, estimula-se a formação da família nuclear como base da nova ordem social. O próximo passo foi instrumentalizar essa infância, agora ampliada para todas as classes sociais – isso se deu pela criação e expansão da escola.
    A escola que também é criada para a elite contribui para a formação de uma cultura segregada, isto é, separam-se as crianças do seu núcleo social original para que possam ser educadas para a idade adulta. Por outro lado, até que se instrumentalizasse, a criança era tida como frágil, desprotegida e dependente.
    Se a vida em comum com os adultos, antes da Revolução Industrial, tratava a criança com descaso, agora, o seu valor enquanto geração de braços para a indústria e cabeças para o comando lhe traz o exílio do seu tempo. Viver a infância passa a ser um período dominado por modelos de preparação para ser o futuro adulto. A criança como tal, com identidade específica, continua desrespeitada e desumanizada.


  • Segundo Nelly (2000) a palavra infância advinda do latim infantia, que significa – “incapacidade de falar, mudez”. Esse conceito, deriva do fato de se considerar que até os sete anos a criança era incapaz de falar. Pode-se agregar a ela, por extensão conceitual, os sentidos de “ser incapaz de pensar”, “incapaz de expressão”, gerando-se daí, uma atitude e educação condescendente do ponto de vista intelectual que continua a diminuí-la e revela a condição subalterna a que eram submetidos os pequenos. Contraditoriamente, ou por ignorância, levando-se em conta o rigor dos castigos, por exemplo, a criança era ainda percebida como “um adulto em miniatura” - esperava-se que ela se conduzisse e tivesse a compreensão igual à de um adulto.
    É nesse momento, que reconhecendo a necessidade de educar a criança, seja pobre ou não nos moldes da cultura burguesa, que se abre um campo em potencial de produtos culturais. Dentre eles, o livro e a literatura passam a ter relevante interesse. É então que surge a Literatura Infantil, esta é um produto intrinsecamente relacionado ao fenômeno da revolução burguesa industrial. Para instruir e ser consumida, ela passa a ser produzida em grande escala. Marcada pela pedagogia e reconhecendo-se que o texto tinha um destinatário de pouca idade, os textos apresentam-se com tom moralizante – ignorando a psicologia infantil que tem especial apreço pelo lúdico, pela fantasia. Só, superficialmente essa Literatura utiliza-se de recursos do

  • lúdico para, na verdade, vestir de prazer instruções pouco agradáveis.
    O estilo marcadamente pedagógico e moralizante das primeiras manifestações dessa Literatura fez com que essa modalidade de ficção fosse considerada menor, uma vez que a ela se associava a minoridade de seu destinatário. Estabelece-se assim, uma literatura – produto cultural – que também recria a identidade da criança de alguém menor, visto que continua sem voz, mas agora é ouvinte e leitor explícito e implícito da autoridade do adulto ansioso em educá-la nos novos moldes civilizatórios. Dessa forma, a literatura produzida por adultos, para a formação da infância, reafirmava a atitude da sociedade para com essa faixa etária – dominá-la, torná-la adaptada aos valores e condições do mundo adulto a que um dia ascenderiam. Apesar da atenção que recebiam, as crianças continuavam sem voz. O primeiro repertório de literatura para infância foi às fábulas e os contos de fadas. Tendo sofrido alterações conforme a necessidade de cada época, sobreviveram porque na sua origem não foram concebidos como gêneros para crianças, mas como manifestações culturais de diferentes grupos sociais. Só com o surgimento da categoria infância, esses gêneros foram devidamente adaptados para educar as crianças.

  • 3. A Descoberta da Infância no Brasil

    No Brasil a criança só é descoberta no final do século XIX, seguindo o mesmo roteiro da Europa, aqui a pedagogia também se associou á literatura e produziu uma coleção chamada “Biblioteca Infantil Quaresma”, dirigida por Figueiredo Pimentel, em 1896, com textos traduzidos. Olavo Bilac também se interessou e compôs alguns poemas com as mesmas características didáticas da produção européia, veja um exemplo do poeta parnasiano preocupado com a infância:
    Ave-Maria
    Meu filho! Termina o dia
    A primeira estrela brilha...
    Procura a tua cartilha
    E reza a Ave-Maria
    O gado volta aos currais..
    O sino canta na igreja...
    Pede a Deus que te proteja
    E que dê vida a teus pais!
    Ave-Maria! ...ajoelhado,
    Pede a Deus que, generoso,
    Ti faça justo e bondoso,
    Filho bom e homem honrado;
    Que teus pais te conservem aqui,
    Para, que um dia,
    Pagar-lhes em alegria
    O que sofreram por ti.
    (OLAVO BILAC, 2008).


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  • INCENTIVO A LEITURA: Leituras de Obras Literária nos dias atuais. MODULO II
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