Curso Online de A Linguagem do Encorajamento

"É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança". Provérbio Africano
Todos somos responsáveis, a família , a escola, a sociedade, eu e você!

Michele Nascimento, nascida no Rio de Janeiro, bairro da Zona Oeste Campo Grande em 05 de Agosto de 1977. Mulher, casada, mãe de 1 casal gemelar adultos independentes e 1 adolescente, avó de uma menina.
Mãe atípica e professora atuante na inclusão de pessoas com deficiências ou necessidades especiais.
Graduada em Pedagogia com especializações em Educação Especial e Inclusiva, Neuropsicopedagogia, Administração Escolar, Sexualidade clinica e Educacional e Educação Parental.
Apaixonada pela educação, inclusão e desenvolvimento, palestrante, mentora, formadora e professora.

O encorajamento é uma linguagem nova para muitos pais, e como qualquer outra linguagem, é preciso dedicação e prática para se tornar fluente
“Crianças precisam de encorajamento, assim como as plantas precisam de água. Elas não podem sobreviver sem isso." Rudolf Dreikurs

Para começarmos a nos aprofundar nessa nova linguagem, precisamos entender a origem da palavra “encorajamento”.
Encorajamento vem do latim “COR” que significa coração.

Visto que coragem significa “agir com o coração” e no dicionário também é definido como determinação no desempenho de uma atividade necessária; zelo e perseverança, o encorajamento significa abrir espaço e incentivar os outros, a agirem com o coração e com determinação e perseverança.

O encorajamento é visto como uma nova linguagem, composta de ações e atitudes que motivam os outros a agirem com determinação e perseverança, e é pouco explorada na nossa cultura, pois a maioria de nós aprendemos outras maneiras de “encorajar” ou “incentivar” as crianças a agirem de maneira aceitável.

A verdade é que, totalmente ao contrário do que o encorajamento propõe, as práticas comuns para incentivar as crianças a agirem melhor, envolvem culpa, vergonha e medo.

É necessário que você treine o seu olhar para aprender a identificar quando você está sendo encorajador e quando você não está.

A maioria (senão todos) os métodos tradicionais que aprendemos para educar filhos, e que vem passando de geração para geração são métodos desencorajadores, que focam unicamente em eliminar o mau comportamento das crianças a qualquer custo, envolvendo atitudes como bater, humilhar, envergonhar, chantagear e punir as crianças.

Apesar de serem métodos que a maioria dos adultos cresceram habituados e que acreditam ser a única forma de educar os filhos, esses métodos podem causar danos irreparáveis na vida adulta da criança, como ansiedade, depressão, baixa autoestima e dificuldade em confiar e se relacionar com as pessoas.

São métodos que reforçam o mau comportamento das crianças, e fazem os pais entrarem em um ciclo desgastante e exaustivo na relação com os filhos, fazendo com que as crianças desenvolvam crenças de que não são aceitas, importantes e pertencentes.

Para você ter noção, do quanto esses métodos tradicionais estão arraigados em nossa cultura, eu quero que você dê um “check” nos recursos a seguir, que já utilizou para educar sua criança:

A pergunta é:

Qual desses recursos você já usou e qual desses, ainda hoje é visto como comuns e aceitáveis no meio que você vive?

Se fosse meu filho!!
Comigo o buraco é mais embaixo!
Vai vê só quando chegar
em casa
Você me paga

Todos esses recursos, são recursos desrespeitosos, extremamente prejudiciais para o desenvolvimento da criança e danosos para a sua formação consequentemente para sociedade.

Apesar de serem recursos que “resolvem” o mau comportamento e trazem um resultado satisfatório para os pais momentaneamente, esses recursos não moldam valores e princípios e buscam alcançar o bom comportamento da criança com base na dor, no medo, na raiva, na tristeza e na vergonha.

Rudolf Dreikurs, um dos fundadores da abordagem da disciplina positiva, é enfático ao dizer uma necessidade que as crianças possuem e que geralmente é desconhecida por muitos pais. Que é a necessidade de serem encorajadas, e Dreikurs diz ainda que uma criança mal comportada é uma criança desencorajada, fazendo-nos refletir sobre a necessidade de desenvolvermos essa linguagem para efetivamente encorajar o bom comportamento das crianças e não querer eliminá-los a todo custo.

O que nos diz, que quando nós usamos o encorajamento com nossas crianças, nós estamos também tirando as motivações internas que as levam a se comportarem mal.

Ao contrário do que foi mencionado acima, sobre os métodos tradicionais, o encorajamento desenvolve o senso de capacidade, pertencimento, importância e aceitação, além de contribuir para a construção da autonomia e da autoestima da criança, não só na infância, mas também para a vida adulta.

A verdade é que o encorajamento constrói bases internas sólidas, que ajudam as crianças a desenvolverem autoconfiança e perseverança para lidarem com erros e fracassos de forma flexível e resiliente.

O encorajamento contribui para essa construção pois ele foca no processo e na tarefa não apenas no resultado e na pessoa, dessa forma, o erro é visto como uma oportunidade de aprendizado e também como uma habilidade que precisa ser treinada e desenvolvida.