Curso Online de Freud- O séc. XIX e o nascimento da Psicanálise

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O curso apresenta um panorama do século XIX, momento histórico em que Freud cria a Psicanalise. Trata de forma detalhada a tragetória de ...

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O curso apresenta um panorama do século XIX, momento histórico em que Freud cria a Psicanalise. Trata de forma detalhada a tragetória de Freud, bem como sua biografia, obras e influencias, como a 2° guerra mundial e outros fatores que o levaram ao estudo aprondado da Psiquè humana.



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  • O SÉCULO XIX E O NASCIMENTO DA PSICANÁLISE

    o século xix e o nascimento da psicanálise

    breves considerações sobre a vida e obra de sigmund freud

  • o século xviii, conhecido como o século das luzes, foi um período marcado por grandes transformações políticas, econômicas e sociais. a revolução industrial ofereceu aos europeus a base do desenvolvimento industrial, o qual teve como berço a inglaterra, mas que se espalhou rapidamente para o restante do continente, surgindo em todos os países, cidades e áreas vinculadas a esta atividade (dreguer & toledo, 1995).

  • segundo os autores a vivência da revolução industrial propiciou outras transformações no contexto da época, principalmente nas áreas econômicas e sociais. neste contexto pode-se destacar: ampliação significativa das comunicações para escoamento da produção industrial, triplicação do comércio internacional em todo o mundo ocidental, entre 1780 e 1840, intensificação da imigração, além dos problemas característicos da industrialização como a pobreza do proletariado e a ocupação desordenada das cidades. portanto, a industrialização seguia de forma avassaladora, o que consolidava um clima e progresso e otimismo em toda a europa, marcando o século xix nascente, como a era do otimismo.

  • por outro lado, a revolução francesa, ocorrida em 1789, foi considerada o berço de grandes mudanças político-sociais, tendo como lema fundamental a ideia de liberdade, igualdade e fraternidade. este ideal teve impactos diretos na vida da população, a qual passou a reivindicar, de uma maneira mais concreta e pontual, seus direitos, inclusive os políticos (dreguer & toledo, 1995). frente a isso, paris era palco de frequentes violências, pois havia os apelos dos nobres emigrados em meio a outras cortes, a cisão no clero, o desejo de luís xvi e dos nobres de retomarem o poder. é neste cenário que hollanda (1980) diz que, a frança declarou guerra a áustria (1792), cujo imperador era sobrinho da rainha francesa, porém o resultado deste conflito foi a convenção nacional que depôs luís xvi, proclamando a república. instalou-se o terror, com a finalidade de eliminar os inimigos deste novo regime governamental: nobres, religiosos e burgueses foram guilhotinados às centenas, assim como o próprio rei e a rainha.

  • hollanda (1980) aponta ainda que, apenas quando os resultados da guerra externa favoreceram a frança, o terror foi substituído pelo diretório, um governo mais brando que permitiu que o jovem general napoleão bonaparte tomasse o poder. no início, napoleão foi denominado 1° cônsul da república. depois se tornou imperador, em um regime constitucional, consolidando muitas das reformas revolucionárias na frança, e também, introduzindo o código civil. por meio de grandes vitórias militares, napoleão criou um enorme império na europa. contudo, em 1814 foi vencido pela coligação de potências europeias e foi exilado em elba, de onde voltou após um ano, reinou durante mais cem dias e, enfim, foi derrotado definitivamente na batalha de waterloo (1815). o congresso de viena, que se seguiu à derrubada de napoleão, traçou um novo mapa da europa, restabelecendo o equilíbrio de poder, bloqueando a frança e restaurando nos tronos antigas monarquias absolutistas.

  • após o congresso de viena afirmaram-se o liberalismo e o nacionalismo que desencadearam movimentos de reação contra as diretrizes absolutistas do congresso de viena, na espanha, em nápoles, em portugal e na grécia em 1820, na frança, bélgica e polônia em 1830, e na frança, áustria, itália e alemanha em 1848. na itália, o conde de cavour conduziu o movimento de unificação, tendo como ajuda os patriotas mazzini e garibaldi, conseguindo criar o reino da itália em 1870. na alemanha, otto von bismarck regeu a prússia em guerras contra a dinamarca, áustria, frança, e por essas vitórias militares emergiu o novo império germânico em 1871 (dreguer & toledo, 1995; hollanda, 1980).

  • ainda no que tange sobre o século xix, a nova onda do colonialismo teve como base fatores econômicos: industrialização crescente, necessidades de novas fontes de matérias-primas e de novos mercados. com esse colonialismo 90% do continente africano foram divididos entre inglaterra, frança, bélgica, alemanha, itália, espanha e portugal. na ásia, houve resistência por parte da china em relação à penetração européia, mantendo seu território independente, e o japão, em contato com os ocidentais, modernizou-se, mas também se manteve livre. a oceania, por sua vez, fora divida entre frança, alemanha, os estados unidos e a inglaterra (hollanda, 1980).

  • é importante destacar ainda que, com o rápido desenvolvimento da indústria, ocorreu de um lado a melhoria das condições gerais da humanidade e por outro lado um agravamento das condições de vida dos operários. assim, durante o século xix foram adotadas medidas para eliminar os problemas sociais, que devido a este desenvolvimento acelerado foram surgindo: sindicatos, leis de amparo aos trabalhadores, limite de horas de trabalhos, proibição do trabalho noturno, salários mínimos fixados, entre outras. as soluções para dificuldades surgidas com a revolução industrial foram assinalados por alguns pensadores, cujas teorias tomaram o nome de socialismo utópico (owen, saint-simon, fourier), ou ainda o chamado socialismo cientifico com marx e engels, ou o socialismo cristão vinculado por meio da encíclica rerum novarum, do papa leão xiii.

  • com o fim da revolução industrial, o avanço das ciências naturais e da tecnologia, cria uma colossal aversão contra os princípios abstratos, peculiares da fase romântica. o progresso da humanidade, do ponto de vista intelectual e científico, levou a crença de que o homem pudesse resolver todos os problemas existenciais e sociais pelo descobrimento das causas biopsíquicas, das subordinações ambientais e das determinações temporais, ou seja, o momento histórico. (coutinho, 1986; d’onofrio, 1990; lopes 2004).

  • a frustração ocorrida com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, por meio da fracassada revolução francesa e pelos cruéis episódios de 1848, acarretaram duras censuras a burguesia francesa, que se fixava no egoísmo e no individualismo. em decorrência a esse fato surge um novo culto à sociedade, que objetivava o avanço da coletividade. o complexo cultural da segunda metade do século xix é denominado de materialismo, nas variadas formas: positivismo, determinismo, evolucionismo, entre outras. (coutinho, 1986; d’onofrio, 1990; lopes 2004.)

  • o pai da filosofia positivista foi o francês augusto comte (1798-1857). segundo ele, as coisas para serem verdadeiras precisam ser experimentadas. cria-se um contexto acentuadamente cientificista, no qual recebem espaço a experimentação, a observação, a análise, a busca objetiva da verdade, enfim, uma atitude racional diante da vida. (coutinho, 1986; d’onofrio, 1990; lopes 2004.)


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