Curso Online de A HISTÓRIA DO CANGAÇO

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O cangaço foi um movimento armado que teve seu auge no século XX. Dentre os motivos: a miséria, terras injustamente repartidas, as intens...

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O cangaço foi um movimento armado que teve seu auge no século XX. Dentre os
motivos: a miséria, terras injustamente repartidas, as intensas brigas de família e a
insolência dos coronéis para com o pobre sertanejo. Podemos classificar estes
cangaceiros como ?bandidos sociais?, vistos como criminoso pela elite e como um
herói pelo seu povo. Surgiram vários cangaceiros famosos, dentre os mais: Antonio
Silvino, Luís Padre, Sinhô Pereira, Corisco e o mais famoso, Virgulino Ferreira da Silva, o
Lampião. Durante anos uma guerra se instaurou no sertão nordestino entre
cangaceiros e volante. Lampião e o cangaço ficaram eternizados na cultura nordestina.

Técnico em Açúcar e Álcool pela ETEC Dr. Luis Cesar Couto, no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (2012 a 2013). Graduado em História (Licenciatura) pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) (2014 a 2016), onde foi orientado pelo Professor Mestre Thiago Granja Belieiro em sua iniciação científica. Especialista em Metodologia do Ensino de História e Geografia na Faculdade de Educação São Luís (FESL) (2017 a 2018), onde foi orientado pela Professora Especialista Márcia Schmidt Néglia Armenini. Atualmente leciona aulas de História e Geografia para o ensino fundamental e Sociologia pra o ensino médio no Colégio Alpha de Quatá, sistema Anglo de ensino.



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  • CURSO: A HISTÓRIA DO CANGAÇO

    PROF. DOUGLAS AUGUSTO DA SILVA

  • O sertão e os sertanejos

    A região nordestina brasileira é caracterizada por possuir quatro ambientes naturais distintos, dentre os quais: a Zona da Mata, próxima ao litoral, com chuvas abundantes e solos férteis; o Agreste, com vegetação pobre, destacando-se o plantio de milho, feijão e mandioca; o Sertão, com clima semi-árido e secas periódicas, com o predomínio da caatinga, com mata rala e vegetação espinhenta e temos também o Meio-Norte, onde se destaca a mata dos Cocais, constituída de palmeiras (OLIVIERI, 1998).

  • O sertão e os sertanejos

    Como Olivieri (1998) coloca, o maior flagelo do povo nordestino é a seca do Sertão, onde a região fica sem chuva, na caatinga, as folhas morrem, os rios viram areia, as roças não produzem e não só o gado, como também os próprios habitantes ficam sem o que beber e comer, além é claro da enorme falta de emprego decorrente da baixa atividade econômica.
    O sertão sempre sofreu com as terríveis secas, mas talvez nada se compare a grande seca que durou de 1877 a 1879, uma tragédia considerada a pior na memória nordestina.

  • O sertão e os sertanejos

    (...) só no Ceará, cuja população total era de pouco mais de 800 mil habitantes, morreram cerca de 60 mil pessoas de fome, sede e varíola e outras 60 mil tiveram abandonar a província (...). O gado bovino, principal fonte de proteínas, foi praticamente dizimado, estimando-se que morreram mais de 600 mil cabeças (...). (DÓRIA, 1982, p. 30).
    Segundo Facó (1972), uma série de crises se alastrou em grandes áreas do interior brasileiro em um período que compreende o último quartel do século XIX até o século XX, sendo elas de ordem econômica, ideológica e de autoridade, principalmente no Nordeste.

  • O sertão e os sertanejos

    Segundo Olivieri (1998), no início do século, (...) Os pobres levavam uma vida muito dura, já que não dispunham de recursos para enfrentar a catástrofe periódica da seca. Viviam à beira da miséria, o que ajuda a explicas os freqüentes atos de rebelião e as práticas de fanatismo religioso (OLIVIERI, 1998, p. 7)
    Vivendo com dificuldades econômicas decorrentes da seca, podemos dizer que a principal atividade, que teve seu início no século XVI, é a criação extensiva de gado em grandes propriedades, onde os vaqueiros pastoreavam.

  • O sertão e os sertanejos

    Decorrente desta atividade econômica, pode se chamar essa população de civilização do couro, uma vez que Olivieri (1998) aponta que o uso do couro sempre foi um elemento presente na vida sertaneja, o qual compunha desde roupas, objetos domésticos, arreios, estrados de camas, até portas e venezianas, e era a roupa feita de couro que protegia o vaqueiro dos galhos e espinhos da caatinga. A comunidade sertaneja, era indubitavelmente um povo simples e rústicas desde às camadas altas até as mais baixas, a única diferença é que uns mandavam e outros obedeciam (OLIVIERI, 1998).

  • O sertão e os sertanejos

    Não só no nordeste, mas em todo o Brasil do século XIX, quem detinha o poder eram os grandes latifundiários, o que viria aumentar durante o século XX, com o regime político do “coronelismo”, que nada mais era um conjunto de ações políticas dos grandes fazendeiros brasileiros, chamados de coronéis, que detinham grande poder econômico e social e com o uso da força, seu prestígio familiar e popular, e habilidade política, influenciavam diretamente na atuação dos poderes públicos instituídos, já que tinham o domínio econômico e social de suas regiões, manipulando eleições em causa própria ou de uma oligarquia a qual faziam parte (LUZ; SANTIN, 2010).

  • O sertão e os sertanejos

    Os poderosos fazendeiros eram a grande autoridade como ressalta Olivieri (1998), estavam acima de juízes, delegados e prefeitos. Definindo a figura do coronel, Gomes et al. (2007) coloca-o como “(...) o dono da terra; representa o legítimo árbitro social, mandando em todos (do padre à força policial), com o apoio integral da máquina do Estado. Contrariar o coronel, portanto, é algo a que ninguém se atreve” (GOMES et al., 2007, p. 17).
    Os coronéis contavam com guarda-costas, chamados de Jagunços, que eram capangas assalariados que trabalham para os latifundiários como vaqueiros, agricultores ou mesmo assassinos, defendendo com unhas e dentes os interesses do patrão, de sua família e de sua propriedade (GOMES et al., 2007).

  • O sertão e os sertanejos

    Os jagunços eram dependentes social e economicamente em relação aos latifundiários, o avassalamento da economia seminatural, a falta de terras para a pequena propriedade, tornavam-no um semi-servo que deveria obedecer indiscutivelmente às ordens do patrão, cumprindo todas as suas vontades e executando os crimes mais hediondos por ele ordenados (FACÓ, 1991).
    Tendo sob suas ordens estes grupos armados, os poderosos senhores, principalmente os nordestinos, faziam valer sua vontade e não hesitavam em partir para o confronto armado quando sentia que seus interesses estavam ameaçados por grupos rivais (OLIVIERI, 1998).

  • O sertão e os sertanejos

    Invasão de propriedade e roubo de gado eram o pretexto freqüente para sangrentas brigas no sertão. (...). O dono da propriedade invadida às vezes não tolerava o fato e tomava algumas reses alheias como indenização. O outro procurava vingar-se, e a briga continuava até que uma das partes conseguisse - à força valer seu ponto de vista (OLIVIERI, 1998, p. 11).

  • O sertão e os sertanejos

    Durante o Império, estes conflitos familiares foram assumindo caráter político-partidário, com os conservadores e os liberais. No fim do século XIX, já no período republicano brasileiro, os confrontos agora ocorriam entre os que ocupavam cargos públicos e os que ficavam fora deles, sendo assim os que chegavam aos cargos políticos já não precisavam mais sustentar tantos jagunços, haja vista que dispunham agora da polícia para defender seus interesses e propriedades (Ibidem, 1998).


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  • CURSO: A HISTÓRIA DO CANGAÇO
  • - O sertão e os sertanejos
  • - O banditismo social nordestino
  • - Os primeiros bandos armados
  • - Lampião, o Rei dos Sertões
  • - Referências